30 poetas brasileiros
Os 30 poetas brasileiros listados abaixo são alguns dos nomes importantes que marcaram a construção estética e ética da nossa literatura ao longo dos anos, ora fortalecendo as tradições do momento, ora rompendo com os modelos impostos. São eles:
- Adélia Prado (1935 -)
- Ana Cristina Cesar (1952-1983)
- Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
- Álvares de Azevedo (1831-1852)
- Augusto dos Anjos (1884-1914)
- Augusto Meyer (1902-1970)
- Basílio da Gama (1741-1795)
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
- Casimiro de Abreu (1839-1860)
- Castro Alves (1847-1871)
- Cecília Meireles (1901-1964)
- Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
- Cora Coralina (1889-1985)
- Cruz e Sousa (1861-1898)
- Ferreira Gullar (1930-2016)
- Gonçalves Dias (1823-1864)
- Gregório de Matos (1636-1678)
- Hilda Hilst (1930-2004)
- João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
- Manoel de Barros (1916-2014)
- Manuel Bandeira (1886-1969)
- Mario de Andrade (1893-1945)
- Mario Quintana (1906-1994)
- Marina Colasanti (1937-2025)
- Orides Fontela (1940-1998)
- Oswald de Andrade (1890-1954)
- Patativa do Assaré (1909-2002)
- Paulo Leminski (1944-1989)
- Tomás António Gonzaga (1744-1810)
- Vinicius de Moraes (1913-1980)
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Lista dos 30 grandes poetas brasileiros

1. Adélia Prado (1935 -)
Adélia Prado é uma escritora contemporânea, nascida em Minas Gerais em 13 de dezembro de 1935. Além de escritora, trabalhou como professora, como diretora do grupo teatral Cara e Coragem e como chefe da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis. Em suas obras, destacam-se os temas e reflexões filosóficos, transcendentais e existenciais e religiosos. Além disso, a escritora explora o cotidiano e a linguagem coloquial como conteúdo e recurso estético da sua literatura.
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
2. Ana Cristina Cesar (1952-1983)
Ana Cristina Cesar foi uma poeta nascida em 02 de junho de 1952, no Rio de Janeiro. Começou a escrever muito cedo, tendo sua primeira publicação aos sete anos. Vinda de uma família de jornalista e professora, a escritora dedicou-se aos estudos acadêmicos, chegando a realizar intercâmbio no exterior.
Infelizmente, teve uma morte precoce devido ao sofrimento psicológico causado pela depressão. Sua literatura é marcada por temas que refletem e questionam as estruturas tradicionais da literatura e sociedade. Utilizava da coloquialidade, ironia e o tom confessional/biográfico como recursos estéticos de sua literatura.
Conversa de senhoras
Não preciso nem casar
Tiro dele tudo que preciso
Não saio mais daqui
Duvido muito
Esse assunto de mulher já terminou
O gato comeu e regalou-se
Ele dança que nem um realejo
Escritor não existe mais
Mas também não precisa virar deus
Tem alguém na casa
Você acha que ele aguenta?
Sr. ternura está batendo
Eu não estava nem aí
Conchavando: eu faço a tréplica
Armadilha: louca pra saber
Ela é esquisita
Também você mente demais
Ele está me patrulhando
Para quem você vendeu seu tempo?
Não sei dizer: fiquei com o gauche
Não tem a menor lógica
Mas e o trampo?
Ele está bonzinho
Acho que é mentira
Não começa
3. Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
Alphonsus de Guimaraens foi um poeta mineiro, nascido em 24 de julho de 1870, na cidade de Ouro Petro. A poesia já era presente no seu ambiente familiar e esteve, desde cedo, presente na vida do escritor. Estudou Direito e atuou como jornalista, promotor e juiz substituto.
Junto de Cruz e Sousa, consagrou-se no simbolismo brasileiro. Sua poesia é marcada pelas características do movimento, ou seja, os temas místicos e subjetivos eram centrais para o poeta. Ademais, utilizava-se de uma estética sinestésica, musical e rebuscada como estratégia estética de sua obra.
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
4. Álvares de Azevedo (1831-1852)
Álvares de Azevedo foi um poeta paulista, nascido em 12 de setembro de 1831. Importante nome do romantismo brasileiro, o escritor teve uma vida curta, falecendo aos 20 anos, em 25 de abril de 1852. Por meio de cartas que ele escreveu para sua família, pode-se ter uma noção de como era a personalidade do jovem introvertido, melancólico e estudioso.
Sua literatura é exemplar da segunda geração romântica, apresentando a melancolia, o sofrimento amoroso, o saudosismo, o pessimismo e o desejo de morte como aspectos recorrentes e relevantes.
Lembrança de morrer
No more! o never more!
Shelley
Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste amento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro –
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
[...]
5. Augusto dos Anjos (1884-1914)
Augusto dos Anjos foi um poeta paraibano, nascido no Engenho Pau d'Arco, atualmente município de Sapé, em 20 de abril de 1884. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Recife e atuou como promotor e professor. Em vida, publicou apenas um livro, mesmo assim, consagrou-se como grande nome da literatura brasileira e é o patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras.
Sua literatura é caracterizada pelo uso recorrente de formas fixas, como o soneto, além de apresentar a melancolia, o pessimismo, o ceticismo e a inclinação à morte como pontos recorrentes em sua poética.
O autor também ficou marcado por produzir uma literatura destoante dos demais escritores de sua época, chamados de pré-modernistas, sendo enquadrado nessa categoria somente devido ao período histórico, já que apresenta influências do simbolismo e parnasianismo.
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
6. Augusto Meyer (1902-1970)
Augusto Meyer foi um poeta gaúcho nascido em 24 de janeiro de 1902 em Porto Alegre. Dedicou-se à escrita desde o início da vida profissional, contribuindo com poemas e ensaios em diferentes jornais do estado. Seu nome destaca-se como um dos principais representantes da literatura modernista gaúcha, acrescentando a dimensão regionalista na poesia, além de apresentar traços de uma literatura subjetiva que abarca temas da infância e memórias autobiográficas.
Querência
Paisagem longa, na ondulação das coxilhas longas...
Debruns de caponetes...
Longes...
Oh! linhas suaves, como se houvesse
em cada coxilha uma saudade do chão
e alvos capões de nuvens muito brancas
no pampa azul de um infinito azul...
7. Basílio da Gama (1741-1795)
Basílio da Gama foi um poeta brasileiro nascido em Arraial de São José do Rio das Mortes, hoje Tiradentes, no estado de Minas Gerais. Enquadrado no movimento arcadista, também é considerado pré-romântico. Sua obra literária é destacada principalmente pela produção do texto O Uraguai, um poema épico que, em certa medida, exalta a figura do indígena, mas que, ao mesmo tempo, louva os feitos da Coroa portuguesa e critica os jesuítas.
À nau serpente
Por ocasião de cair ao mar no Rio de Janeiro
em 8 de fevereiro de 1767
Já do lenho as prisões se desataram
E assustada serpente as águas trilha,
Já ondeia no mar a instável ilha,
E já no fundo as âncoras pegaram.
Os ventos sobre as asas se firmaram
Por ver de perto a nova maravilha,
E ao vasto peso da disforme quilha,
Gemeu Netuno, e as ondas s’encurvaram.
Verdes Ninfas azuis do pego undoso,
Conduzi pelos úmidos lugares
Esse errante edifício majestoso:
E entre tantas empresas singulares,
Veja o mundo qual é mais glorioso,
Dar leis à terra, se pôr freio aos mares.
8. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, no estado de Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902. Em 1920, quando a família se mudou para Belo Horizonte, o escritor já iniciou seus primeiros contatos literários, ando a atuar como colaborador do jornal Diário de Minas. Formou-se em Farmácia, porém não teve interesse na profissão, por isso foi mais produtivo como redator e professor.
Drummond cooperou com diferentes jornais e recebeu diferentes prêmios, além de ser considerado um dos principais nomes da literatura modernista brasileira. Sua literatura é marcada pelo lirismo do cotidiano, o verso livre, além da mescla entre temas individuais e coletivos. Drummond também investiu na poética subjetiva, abordando temas da sua infância e da estética da sua cidade de origem.
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde a cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
[...]
9. Casimiro de Abreu (1839-1860)
Casimiro José Marques de Abreu, conhecido como Casimiro de Abreu, foi um escritor nascido em 04 de janeiro de 1839 no Rio de Janeiro. Atuou na carreira de comerciante, devido a influências paternas, porém não tinha interesse pela área.
Em 1853, viajou para Lisboa e iniciou a carreira literária. Em 1857, voltou ao Brasil e trabalhou como colaborador de jornais da época. Sua literatura é caracterizada por temas saudosistas e patriotas, bem como pela nostalgia da infância, reforçando o tom subjetivo e emotivo de sua poética.
Meus oito anos
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[…]
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
[...]
10. Castro Alves (1847-1871)
Castro Alves foi um poeta nascido em 14 de março de 1847, em Muritiba, no estado da Bahia. Interessou-se pela poesia ainda na infância, mas pôde solidificar seu interesse quando ingressou na Faculdade de Direito do Recife, em 1864. Sua literatura ficou marcada principalmente por sua postura abolicionista, embora, como romântico, o poeta também tenha apresentado poesias com a temática amorosa.
Foi nomeado como "poeta dos escravos" devido ao seu engajamento social no tema. Defendia a liberdade de expressão e a liberdade social, introduzindo debates sociais na poesia romântica.
O navio negreiro
Tragédia no mar
[…]
’Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dois é o céu? qual o oceano?...
’Stamos em pleno mar... Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
[...]
11. Cecília Meireles (1901-1964)
Cecília Meireles foi uma poetisa brasileira, nascida em 07 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. A escritora foi criada por sua avó, pois, aos dois anos de idade, já ficara órfã de mãe e pai. Devido à sua solidão, ainda na infância, começou a escrever seus primeiros versos. Aos 16 anos, formou-se e ou a atuar como professora primária.
Sua literatura direcionou-se tanto ao público adulto como ao infantil. As principais características de sua escrita são o tom melancólico e a exploração de temas como amor, solidão, saudade e morte. Ademais, a poetisa utilizava a sinestesia como recurso poético e apresentou temas voltados a questões sociais e políticas bem como reflexões existenciais comuns na literatura modernista da segunda geração.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
não sei, não sei. Não sei se fico
ou o.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
mais nada.
12. Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Cláudio Manuel da Costa foi um poeta mineiro, nascido em 05 de junho de 1729 na cidade de Mariana. Aos 15 anos, iniciou seus estudos em filosofia no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Atuou na área do Direito, da mineração, e na istração pública como secretário do Governo da Província. Foi fundador da Arcádia Ultramarina, uma sociedade literária que constituiu o arcadismo no Brasil.
Foi preso, após a acusação de participar da Inconfidência Mineira, e, supostamente, cometeu suicídio. Sua literatura é marcada pelos aspectos do arcadismo, como o pastoralismo e o bucolismo; o uso de referências da mitologia greco-latinas; a presença da figura feminina de forma idealizada; a busca pela moderação e pela vida no campo.
IV
Sou Pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados;
Ali me ouvem os troncos namorados,
Em que se transformou a antiga gente;
Qualquer deles o seu estrago sente;
Como eu sinto também os meus cuidados.
Vós, ó troncos (lhes digo), que algum dia
Firmes vos contemplastes, e seguros
Nos braços de uma bela companhia;
Consolai-vos comigo, ó troncos duros;
Que eu alegre algum tempo assim me via;
E hoje os tratos de Amor choro perjuros.
13. Cora Coralina (1889-1985)

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida como Cora Coralina, foi uma escritora nascida em 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás. Casou-se e foi mãe de seis filhos, dos quais dois morreram pouco após o parto. Em 1934, ficou viúva do seu pai de seus filhos e precisou trabalhar para sustentar a família.
Atuou em diversas atividades profissionais devido à necessidade, sendo sua principal atuação na cozinha, como doceira, muita embora nunca abandonando seu amor pela escrita. Sua literatura é marcada pelo teor memorialista e regional, abordando o cenário da cidade de Goiás, com ênfase para aspectos do cotidiano, abordados de forma simbólica, simples e emotiva.
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
14. Cruz e Sousa (1861-1898)
Cruz e Sousa foi um poeta simbolista, nascido em 24 de novembro de 1861, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina. Aos oito anos, produzia seus primeiros versos. Apesar do seu talento e destaque desde a juventude, enfrentou muitas adversidades devido ao racismo, chegando, inclusive, a ser impedido de assumir um cargo para o qual foi nomeado.

Sua poesia simbolista também expressava os desafios do indivíduo frente a essa segregação social. Além disso, sua obra é marcada por misticismo, subjetivismo, musicalidade, sinestesia e rigor formal, aspectos caros ao movimento simbolista.
Acrobata da dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
Como um palhaço, que desengonçado,
Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
De uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
Agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta clown, varado
Pelo estertor dessa agonia lenta...
Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
Nessas macabras piruetas d'aço...
E embora caias sobre o chão, fremente,
Afogado em teu sangue estuoso e quente
Ri! Coração, tristíssimo palhaço.
15. Ferreira Gullar (1930-2016)
Ferreira Gullar nasceu no dia 10 de setembro de 1930, em São Luís, no estado do Maranhão. O seu primeiro livro de poesias foi publicado em 1949, quando o escritor tinha apenas 19 anos. Iniciou sua carreira com a influência das estéticas do parnasianismo e simbolismo, ando, na sequência, para experiências com o concretismo.
Posteriormente, o escritor engajou-se na política e ou a utilizar a arte como instrumento de crítica e educação social. Durante a Ditadura Militar, foi perseguido e precisou ser exilado em Buenos Aires. Sua literatura ficou, por tudo isso, marcada pelos temas sociais e pelo engajamento político.
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem
no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
[...]
— porque o poema,
senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
16. Gonçalves Dias (1823-1864)
Gonçalves Dias foi um poeta nascido em 10 de agosto de 1823, na cidade de Caxias, no estado do Maranhão. Em 1838, mudou-se para Portugal e formou-se em Direito. Atuou em escolas como professor de latim e história, na criação da revista Guanabara, na Secretaria dos Negócios Estrangeiros, na Europa, e na Comissão Científica de Exploração, no Brasil.
O escritor é considerado um dos principais nomes do romantismo brasileiro, assim, sua obra apresenta o nacionalismo, o ufanismo, o indianismo e o amor idealizado como tópicos centrais.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
17. Gregório de Matos (1636-1678)
Gregório de Matos foi um poeta baiano, nascido provavelmente em 20 de dezembro de 1633. Grande nome do barroco brasileiro, formou-se em Direito em Portugal, mas conquistou o desagrado do governo português devido a suas sátiras poéticas e, por isso, retornou ao Brasil, de onde também precisou sair, aos mesmos incômodos. Voltou ao Brasil apenas sob condição de não morar na Bahia e não publicar suas sátiras.
Sua poesia divide-se em: satírica, religiosa e lírica. Seus poemas são marcados por uma linguagem rebuscada, hiperbólica e metafórica. Ademais, o autor usa as inversões sintáticas (hipérbatos), as antíteses e os paradoxos como recursos estéticos de sua poesia barroca.
À cidade da Bahia
Triste Bahia! oh, quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh, se quisera Deus que, de repente,
Um dia amanheceras tão sizuda
Que fora de algodão o teu capote!
18. Hilda Hilst (1930-2004)
Hilda Hilst nasceu em 21 de abril de 1930, na cidade de Jaú, em São Paulo. Em 1932, mudou-se para Santos, onde iniciou seus estudos, e, posteriormente, foi para São Paulo, onde conseguiu se graduar em Direito.
Sua literatura é enquadrada na terceira fase do modernismo brasileiro e nela destaca-se a presença de temas existenciais, herméticos e eróticos, os quais são abordados por meio de uma escrita irreverente, irônica e questionadora. Há também a exploração de musicalidade, mescla de gêneros textuais e uso de termos provenientes de outros idiomas.
Do amor contente e muito descontente – 6
Tudo é triste. Triste como nós
Vivos ausentes, a cada dia esperando
O imutável presente.
Tudo é triste. Triste como eu
Antiga de carícias
De olhos e lamentos
Lenta no andar, lenta
Irmã
De algum canto de ave
De silêncio na nave, irmã.
Vamos partir, amor.
Subir e descer rios
Caminhar nos caminhos
Beijar
Amar como feras
Rir quando vier a tarde.
E no cansaço
Deitaremos imensos
Na planície vazia de memórias.
19. João Cabral de Melo Neto (1920-1999)

João Cabral de Melo Neto foi um poeta nascido em 09 de janeiro de 1920, na cidade de Recife, em Pernambuco. Mudou-se com a família em 1940 para o Rio de Janeiro. Seu primeiro livro de poesias foi publicado em 1942.
Atuou como diplomata, trabalho que o permitiu realizar diversas viagens, e como chefe de gabinete do Ministério da Agricultura. Sua literatura é marcada pelo engajamento político e a recorrência de temas sociais; também valoriza a cultura popular e o realismo como matérias primordiais da sua poética.
O sertanejo falando
A fala a nível do sertanejo engana:
as palavras dele vêm, como rebuçadas
(palavras confeito, pílula), na glace
de uma entonação lisa, de adocicada.
Enquanto que sob ela, dura e endurece
o caroço de pedra, a amêndoa pétrea,
dessa árvore pedrenta (o sertanejo)
incapaz de não se expressar em pedra.
2.
Daí porque o sertanejo fala pouco:
as palavras de pedra ulceram a boca
e no idioma pedra se fala doloroso;
o natural desse idioma fala à força.
Daí também porque ele fala devagar:
tem de pegar as palavras com cuidado,
confeitá-la na língua, rebuçá-las;
pois toma tempo todo esse trabalho.
20. Manoel de Barros (1916-2014)
Manoel de Barros foi um poeta nascido em 19 de dezembro de 1916, em Cuiabá, no estado de Mato Grosso. Viveu a primeira parte da infância na fazenda da família, experiência que lhe aproximou da natureza e da vida simples, aspectos que influenciariam sua literatura.
Na juventude, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito. Aliou-se ao Partido Comunista de 1935 até 1945. Sua literatura é consagrada pela desconstrução das palavras e da linguagem, formação de neologismos, mescla entre realidade e ficção, enaltecimento da natureza, das infâncias e das experiências simples da vida.
Tratado geral das grandezas do ínfimo
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
21. Manuel Bandeira (1886-1969)
Manuel Bandeira foi um escritor nascido em 19 de abril de 1886, em Recife. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde iniciou os estudos no curso de Arquitetura, mas não pode concluí-los, devido ao adoecimento por tuberculose. Conseguiu curar-se da doença somente quando foi buscar tratamento na Suíça, entre 1913-1914. Após sua cura e retorno ao Brasil, aliou-se ao movimento modernista da primeira geração.
Sua poesia é marcada por um nacionalismo crítico, irreverência às tradições, valorização da linguagem coloquial, das temáticas do cotidiano, do regionalismo e da ironia.
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
22. Mario de Andrade (1893-1945)
Mario de Andrade foi um poeta nascido em 09 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Ainda na infância, começou a escrever poemas. Além disso, dedicou-se ao estudo da música e atuou como professor de História da Música e da Estética no Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo.
Foi um dos principais nomes do modernismo brasileiro. Assim como seus colegas da primeira geração, produziu uma literatura irreverente e questionadora dos modelos tradicionais, valorizando as práticas culturais e linguísticas de diferentes regiões do Brasil, defendendo, assim, a pluralidade da nação.
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
23. Mario Quintana (1906-1994)

Mario de Miranda Quintana foi um escritor gaúcho, nascido em 30 de julho de 1906, na cidade de Alegrete. Em 1919, mudou-se para Porto Alegre e estudou no Colégio Militar, onde publicou seus primeiros poemas na revista da instituição.
A sua literatura destaca-se, principalmente, pelo apreço pela simplicidade como temática e estética da sua poesia, além de explorar o sentido das palavras por meio da liberdade de composição.
Ademais, o autor valoriza a linguagem coloquial e temáticas memoriais e regionais em seus poemas, alternando entre um tom bem-humorado e melancólico.
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a magica presença das estrelas!
24. Marina Colasanti (1937-2025)
Marina Colasanti foi uma escritora nascida em 26 de setembro de 1937, na cidade de Asmara, em Eritreia. Em 1948, mudou-se com a família para o Brasil, onde ou sua vida. Sua poesia espalhou-se pelo Brasil e por outros países. Os temas mais recorrentes são o amor e as experiências vividas por mulheres na sociedade.
O que se vai
Perco os cabelos
como perco os dias
um a um.
Um fio
de toda a cabeleira
nada vale.
Da vida
pouco vale
um dia somente.
Porém
o cabelo no pente
o dia no travesseiro
se alinham
idos
perdidos
mortos
e o que se vai
mais pesa.
Não terei calva a cabeça
isso é seguro
a cada fio que parte
um se enraíza
— o crânio é campo fértil
mais que a vida.
Os dias
no entanto
têm sua cota de estoque
limitada
e eu os vejo ar em fila indiana
sem que reposição me seja dada
e sem saber o ponto
em que a fatura
terá que ser quitada.
25. Orides Fontela (1940-1998)
Orides Fontela foi uma escritora nascida em 21 de abril de 1940, na cidade de São João da Boa Vista, em São Paulo. Estudou Filosofia na capital paulista e publicou seu primeiro livro em 1969. Sua vida foi conturbada devido a sofrimentos psicológicos que acometiam momentos depressivos na escritora.
Sua poesia é marcada principalmente pela temática da fala, do silêncio e da palavra. Tem uma estética concisa, na qual as expressões utilizadas acabam sendo impregnadas de uma densidade poética.
Fala
Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.
[...]
Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.
Não há piedade nos signos
[...]
(Toda palavra é crueldade.)
26. Oswald de Andrade (1890-1954)

José Oswald de Sousa Andrade foi um poeta nascido em 11 de janeiro de 1890, na cidade de São Paulo. Grande nome da literatura brasileira, o autor destacou-se por sua intensa atuação na área da literatura, para a qual desde sempre recebeu apoio da sua família. Ele é o autor do famoso Manifesto Antropófago, umas das principais obras do modernismo brasileiro. O escritor também foi casado com Tarsila do Amaral, outra importante artista do modernismo brasileiro.
Erro de português
Quando o português chegou
debaixo duma bruta chuva
vestiu o índio
que pena!
fosse uma manhã de sol
o índio tinha despido o português
27. Patativa do Assaré (1909-2002)
Patativa do Assaré foi um poeta nascido em 05 de março e 1909, na cidade de Assaré, no estado do Ceará. Atuou como agricultor em boa parte da sua vida, mas também foi violeiro e cantor. A paixão pela poesia veio, ainda na infância, ao ouvir a recitação de um cordel.
Sua literatura mantém a conexão com as raízes e a cultura regional, carregando a estética dos cordéis, marcas da cultura e fala popular e regional, além de discutir temas sociais, utilizando, diversas vezes, o tom irônico para isso. Sua poesia também é demarcada pela musicalidade, oralidade e por temas cotidianos.
Eu e o Sertão
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
28. Paulo Leminski (1944-1989)
Paulo Leminski foi um poeta nascido em 24 de agosto de 1944, em Curitiba, Paraná. Por ser filho de pai militar, mudou-se de cidade diversas vezes. Chegou a cogitar a possibilidade de tornar-se monge, mas desistiu por falta de vocação. Atuou como professor, carreira na qual também obteve prestígio.
Sua literatura é reconhecida pela forte influência da cultura oriental, principalmente na ampla produção de haicais. Além disso fez uso da poesia concreta, da linguagem fragmentada e da não linearidade linguística como estratégias estéticas recorrentes em seus textos, caracterizando sua poética como experimental.
Eu tão isósceles
Eu tão isósceles
Você ângulo
Hipóteses
Sobre o meu tesão
Teses sínteses
Antíteses
Vê bem onde pises
Pode ser meu coração
29. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Tomás Antônio Gonzaga foi um poeta árcade, nascido em 11 de agosto de 1744, na cidade do Porto, em Portugal. Mudou-se para o Brasil, em 1752, com o pai, o qual assumiria o cargo de ouvidor-geral em Pernambuco.
O escritor foi um dos principais nomes do arcadismo brasileiro, e, por isso, sua literatura é caracterizada pela presença do pastoralismo e bucolismo e pela utilização de uma linguagem equilibrada, sem exageros e afinada à vida do campo.
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
[...]
30. Vinicius de Moraes (1913-1980)
Marcus Vinicius de Melo Moraes foi um poeta nascido em 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Era filho de uma mãe pianista e começou a compor já aos 15 anos. Formou-se em Direito, embora nunca tenha exercido tal profissão. Consagrou-se como compositor, escrevendo não só poemas como também canções que foram interpretadas por ele e por outros artistas.
Sua poesia, embora mantenha a utilização de formas clássicas, como o soneto, também valoriza os temas cotidianos e populares. O amor é um dos temas mais recorrentes em sua poesia, alternando-se em uma emoção ora mais carnal ora mais espiritual. Também é possível constatar a presença de questionamentos sociais em sua produção literária, apontando para seus posicionamentos políticos.
Soneto de fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Frases de poetas brasileiros
- “Recria tua vida, sempre, sempre./ Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.” (Cora Coralina)
- “Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos.” (João Cabral de Melo Neto)
- "Minha tristeza não tem pedigree/ já a minha vontade de alegria/ sua raiz vai ao meu mil avô." (Adélia Prado)
- “Não te espantes da vontade/ Do poeta/ Em transmudar-se” (Hilda Hilst)
- “Feliz daquele que no livro d'alma/ não tem folhas escritas/ E nem saudade amarga, arrependida/ nem lágrimas malditas” (Álvares de Azevedo)
- “A Esperança não murcha, ela não cansa/ Vão-se sonhos nas asas da Descrença/ Voltam sonhos nas asas da Esperança” (Augusto dos Anjos)
- “O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar./ O mar é grande e cabe / na cama e no colchão de amar/ O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)
- “Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo./ Uma parte de mim é multidão; outra parte estranheza e solidão.” (Ferreira Gullar)
- “A vida é combate/ Que os fracos abate/ Que os fortes, os bravos só pode exaltar!” (Gonçalves Dias)
- “Uso a palavra para compor meus silêncios./ Não gosto das palavras fatigadas de informar.” (Manoel de Barros)
- “Eu faço versos como quem chora / De desalento… de desencanto…” (Manuel Bandeira)
- “O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” (Mario Quintana)
- “Tudo é percurso/ de uma casa a outra casa/ de um tempo que ou a outro que chega/ do princípio até o fim" (Marina Colasanti)
- “Só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.” (Olavo Bilac)
- “Tudo será difícil de dizer: a palavra real nunca é suave.” (Orides Fontela)
- “Saudade dentro do peito é qual fogo de monturo. Por fora tudo perfeito, por dentro fazendo furo.” (Patativa do Assaré)
- “O mar, o azul, o sábado. Liguei pro céu mas dava sempre ocupado.” (Paulo Leminski)
- “Amar é mudar a casa de alma, é ter no outro, nosso pensamento. Amar é aquilo que embasa, é ter comprometimento.” (Mario Quintana)
- “Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade.” (Cecília Meireles)
- “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de Moraes)
Saiba mais: Mulheres que se destacaram na literatura brasileira
Poetas brasileiros da atualidade
- Alice Ruiz
- Ana Martins Marques
- Arnaldo Antunes
- Bráulio Bessa
- Elisa Lucinda
- Fabricio Carpinejar
- Lubi Prates
- Luiza Romão
- Luz Ribeiro
- Marcelo Ariel
- Mel Duarte
- Jarid Arraes
- Bárbara Esmenia
- Ryane Leão
- Sérgio Vaz
- Tatiana Nascimento
Créditos das imagens
[1] Acervo Arquivo Nacional (adaptação)
Fontes
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Alvares de Azevedo. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/alvares-de-azevedo/textos-escolhidos
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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Casimiro de Abreu. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/casimiro-de-abreu/textos-escolhidos
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Castro Alves. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/castro-alves/textos-escolhidos
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Cláudio Manuel da Costa. Disponível em:https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/claudio-manoel-da-costa/textos-escolhidos
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Ferreira Gullar. Biografia. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid%3D1042/biografia
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Gonçalves Dias. Textos escolhidos. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/goncalves-dias/textos-escolhidos.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: Gregório de Matos. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/gregorio-de-matos/textos-escolhidos
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Acadêmicos: João Cabral de Melo Neto. Disponível em: https://mundoeducacao-uol-br.informativomineiro.com/academicos/joao-cabral-de-melo-neto/textos-escolhidos
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CESAR, Ana Cristina. A teus pés. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
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