Seres vivos
Os seres vivos são organismos complexos com um conjunto de características marcantes que os definem como algo vivo. São seres que variam de estruturas microscópicas, como as bactérias, a tamanhos inimagináveis como alguns fungos que atingem quilômetros de extensão. Apresentam uma incrível variedade de formas, cores, tamanhos e adaptações. Alguns am a vida inteira debaixo d’água, como peixes, crustáceos, algas e protozoários. Outros são estritamente terrestres, como a maioria dos mamíferos, répteis e alguns invertebrados; há ainda os extremófilos, que habitam locais como vulcões, lagos termais e até o vácuo do espaço, a exemplo das arqueas e dos tardígrados.
Todos eles compartilham características fundamentais que os distinguem da matéria não viva, como a organização celular, metabolismo, crescimento, reprodução, respostas a estímulos, homeostase e capacidade de evoluir biologicamente. A ciência procura organizar toda essa biodiversidade em um sistema de classificação que agrupa os seres vivos de acordo com características semelhantes que cada grupo compartilha entre si, dentro de cada táxon. Atualmente, os seres vivos são classificados em três domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya.
Leia também: Relações ecológicas — como ocorrem as interações entre os seres vivos
Resumo sobre seres vivos
- Seres vivos são entidades complexas com um conjunto de características marcantes que os definem como algo vivo.
- A organização celular pode variar de unicelular a pluricelular.
- Metabolismo são as reações químicas que ocorrem no organismo de cada ser vivo.
- Crescimento é o aumento no número de células ou no tamanho do indivíduo.
- Todos os seres vivos se reproduzem, isso pode ocorrer sexuada ou assexuadamente.
- A resposta a estímulos é uma característica de todos os seres vivos quando há alguma mudança no ambiente em que vivem.
- A manutenção do equilíbrio interno de uma organismo é denominado homeostase.
- Os seres vivos am por transformações ao longo das gerações, esse fator é denominado evolução biológica.
- A classificação atual dos seres vivos foi proposta por Woese e se trata dos três domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya.
- Vírus são entidades biológicas complexas, mas sua classificação como ser vivo ainda é muito debatida na comunidade científica.
O que são seres vivos?
De modo geral, seres vivos são entidades complexas que apresentam características específicas e fundamentais que os distinguem da matéria inanimada. Essas características incluem a organização celular, o metabolismo para obtenção de energia, o crescimento, a reprodução que os leva a disseminar a espécie, a resposta a estímulos, a manutenção do equilíbrio interno do organismo e a capacidade de sofrerem o processo evolutivo ao longo do tempo. Assim, tais combinações de fatores definem os seres vivos como sistemas biológicos diversos.
Características dos seres vivos
Todos os organismos, desde uma simples bactéria até as imensas baleias, compartilham um conjunto de características que os definem como seres vivos. Tais características os permitem interagir com o meio ambiente, sobreviver com suas variadas adaptações e perpetuar a espécie. Essas características se manifestam de diferentes maneiras e são a base da vida de qualquer entidade biológica. Veja a seguir cada um desses fatores que definem um ser vivo:
- Organização celular: células são as unidades básicas da vida, e todos os seres vivos são compostos por uma única célula (unicelular) ou por várias células (pluricelular) que, muitas vezes, podem formar tecidos especializados.
- Metabolismo: dentro e fora das células ocorrem inúmeras reações químicas que são essenciais para a manutenção da vida de qualquer organismo, como as reações de catabolismo (obtenção de energia) e anabolismo (construção de moléculas).
- Crescimento: todos os seres vivos aumentam de tamanho ou em número de células ao longo de seus ciclos de vida.
- Reprodução: reproduzir-se é gerar descendentes, seja de forma sexuada ou assexuada. Esse é o “objetivo” principal da vida de qualquer ser vivente.
- Resposta a estímulos: os seres vivos reagem a diversas alterações e estímulos do ambiente externo, seja a partir de incidência luminosa, temperatura, substâncias químicas ou contatos físicos.
- Homeostase: é a manutenção de um ambiente interno estável do ser vivo, o que se torna crucial para o funcionamento adequado das funções vitais do organismo.
- Evolução: ao longo das gerações, os indivíduos de qualquer população natural sofrem modificações genéticas que os levam a se adaptar às variadas condições ambientais do local em que vivem.
→ Videoaula sobre características dos seres vivos
Diferenças entre seres vivos e não vivos
O que distingue o vivo do não vivo é o conjunto das características mencionadas anteriormente. Se a entidade em questão não apresenta organização celular, metabolismo, crescimento, reprodução, respostas a estímulos, homeostase e capacidade de se adaptar ao meio, então, não é um ser vivo. Uma rocha, por exemplo, possui uma organização apenas no nível dos átomos e moléculas, mas não no nível celular, não se reproduz, não responde a nenhum tipo de estímulo do ambiente e nem a pelo processo de evolução biológica, logo, não pode ser um ser vivo.
Veja também: Qual é a diferença entre aves e pássaros?
Lista de seres vivos
Confira abaixo uma lista de alguns seres vivos, de estruturas mais simples até organismos mais complexos, com exemplos de espécies identificadas por suas respectivas nomenclaturas científicas.
- Bactérias: Escherichia coli (bactéria patogênica do trato intestinal)
- Arqueobactéria: Thermococcus gammatolerans, arqueobactéria extremófila
- Cianobactéria: espirulina (Arthrospira Platensis)
- Alga unicelular: alga verde unicelular (Chlamydomonas reinhardtii)
- Alga pluricelular: alface-do-mar (Ulva lactuca)
- Protozoário: patógeno da doença de Chagas (Trypanosoma cruzi)
- Fungo unicelular: Saccharomyces cerevisiae, utilizado na produção de cerveja
- Fungo pluricelular: fungo alucinógeno (Amanita muscaria)
- Briófita: musgo (Bryum capillare)
- Pteridófita: samambaia (Pteridium aquilinum)
- Gimnosperma: pinheiro (Pinus taeda)
- Angiosperma monocotiledônea: milho (Zea mays)
- Angiosperma dicotiledônea: rosa (Rosa hybrida)
- Esponja do mar: esponja siconoide (Sycon ciliatum)
- Cnidário: água-viva (Aurelia aurita)
- Platelminto: patógeno da teníase (Taenia solium)
- Nematódeo: patógeno da amebíase (Ascaris lumbricoides)
- Anelídeo: minhoca terrestre (Lumbricus terrestris)
- Molusco: caracol terrestre (Helix aspersa)
- Crustáceo: lagosta (Homarus americanus)
- Miriápode: lacraia (Scolopendra morsitans)
- Aracnídeo: caranguejeira (Lasiodora parahybana)
- Inseto: abelha (Apis mellifera)
- Equinodermo: estrela-do-mar (Artérias rubens)
- Peixe: tubarão-martelo (Sphyrna mokarran)
- Anfíbio: rã (Rana temporaria)
- Réptil: tartaruga marinha (Chelonia mydas)
- Ave: pardal (er domesticus)
- Mamífero aquático: baleia-azul (Balaenoptera musculus)
- Mamífero terrestre: ser humano (Homo sapiens)
Classificação dos seres vivos
Os seres vivos são categorizados e organizados em uma classificação taxonômica que teve início no século XVII, a partir das contribuições de Carl von Linnaeus. Ele propôs um sistema de 2 reinos para separar os seres vivos de acordo com suas características:
- o Reino das Plantas, incluindo todos os organismos verdes e fixos no ambiente e
- o Reino dos Animais, abrigando aqueles que apresentavam movimento e locomoção.
Ao longo dos anos, junto aos avanços do conhecimento científico, da microscopia e da biologia celular, esse sistema de classificação foi evoluindo aos poucos. No século XX, Robert Whittaker propôs o sistema dos 5 reinos, que se baseava em características como tipo celular, organização, nutrição e reprodução:
- Monera (bactérias e arqueas),
- Protista (protozoários e algas unicelulares),
- Fungi (fungos),
- Plantae (plantas) e
- Animalia (animais).
Mais recentemente, a partir de análises mais aprofundadas, de material genético, Carl Woese e seus colaboradores propam o sistema de 3 domínios:
- Archaea (arqueas),
- Bacteria (bactérias) e
- Eukarya (todos os seres eucariontes).
Este sistema é atualmente o mais utilizado, pois classifica os seres vivos de forma mais precisa, agrupando-os em táxons específicos de acordo com suas características genéticas e moleculares.
→ Videoaula sobre classificação dos seres vivos em três domínios
Vírus são seres vivos?
A classificação dos vírus é um tema de constante debate na comunidade científica. De modo geral, estes seres não são considerados vivos, pois fora de sua célula hospedeira eles são inertes e incapazes de realizar qualquer função vital básica, como metabolismo ou reprodução. Dessa forma, acabam dependendo completamente de alguma célula hospedeira para que sua maquinaria viral funcione, sendo assim, considerados parasitas intracelulares obrigatórios.
Entretanto, apesar de fora das células eles não apresentarem as características basais que os classificariam como seres vivos, quando estão parasitando, eles apresentam a capacidade de evoluir, pois possuem material genético (DNA, RNA ou ambos) e se replicam, que é uma capacidade análoga a uma reprodução dos seres vivos.
Assim, alguns cientistas defendem que, por essa capacidade adaptativa e pela complexa interação com as células hospedeiras, os vírus poderiam ser incluídos no reino da vida. Contudo, a discussão permanece aberta e novas descobertas, futuramente, podem alterar ambas perspectivas sobre essas intrigantes entidades biológicas.
Saiba mais: Afinal, qual é a origem dos seres vivos?
Exercícios resolvidos sobre seres vivos
Questão 1
Para que uma entidade seja classificada como viva, um conjunto de diversas características devem ser observadas, entretanto há uma gama de outras características específicas que são pertencentes a grupos específicos de seres vivos. Analise as opções abaixo e assinale a única alternativa que indica uma característica que nem todos os seres vivos apresentam.
a) Transmissão de características hereditárias.
b) Habilidade de reagir a mudanças no ambiente.
c) Constituição corporal por múltiplas células.
d) Potencial adaptação evolutiva ao longo do tempo.
e) Conjunto de reações metabólicas para manutenção da vida.
Resposta: Letra C.
Justificativa: A questão pede para assinalar a característica que não é comum a todos os seres vivos, e nem todo organismo é multicelular, como o que se afirma na alternativa C.
Questão 2
Os seres vivos am por inúmeras transformações ao longo das gerações. Certas mudanças, quando surgem, podem ser transmitidas aos seus descendentes, enquanto outras desaparecem das populações através de um mecanismo denominado:
a) homeostase
b) metabolismo
c) resposta a estímulos
d) complexidade celular
e) evolução
Resposta: Letra E.
Justificativa: O processo que leva os seres vivos a arem por transformações ao longo das gerações é a evolução biológica.
Fontes
AMABIS, José; MARTHO, Gilberto. Biologia dos Organismos: a diversidade dos seres vivos. Volume 2. São Paulo: Editora Moderna, 2001.
EDWARDS, Gabrielle I. Biologia - Volume I: Diversidade dos Seres Vivos. Apontamentos Europa-América, 2021.
RUSSO, Claudia Augusta de Moraes. Diversidade dos seres vivos – Vol. Único – 4ª Edição. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2019. Disponível em: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/17169.
SILVA, Dalmo Rodrigues da. Características e classificações dos seres vivos: Taxonomia. Gama, DF: UNICEPLAC, 2021. Disponível em: https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/1374/1/4.%20Caracter%C3%ADsticas%20e%20classifica%C3%A7%C3%B5es%20dos%20seres%20vivos%20-%20taxonomia.pdf